Bolsonaro refirma que não é ‘economista’ após intervir no aumento do preço do diesel
O presidente Jair Bolsonaro (PSL) disse que não é intervencionista, nem quer fazer “as políticas que fizeram no passado”, mas ligou para o presidente da Petrobras pedindo explicações sobre a proposta de reajuste de 5,7% sobre o preço do diesel e pedindo que recuasse da decisão.
A fala aconteceu após a inauguração do novo aeroporto de Macapá, nesta sexta-feira (12). Essa foi a primeira visita do presidente ao Amapá, o único estado que não visitou durante a campanha eleitoral, segundo ele.
Bolsonaro disse que convocou funcionários da petroleira para conversar na próxima terça-feira (16), para esclarecer a política de preços adotada. Bolsonaro questiona o porquê de o aumento ficar acima da inflação, projetada para 3,90% em 2019 (segundo o Boletim Focus do BC). Citou também os caminhoneiros para justificar a decisão.
São pessoas que realmente movimentam as riquezas, de norte a sul, leste a oeste e que tem que ser tratados com devido carinho e consideração. Nós queremos um preço justo para o óleo diesel”, disse ele.
A categoria chegou a ameaçar uma nova greve este ano. Em entrevista à Folha, na quinta, o líder dos caminhoneiros, Wallace Landim, o Chorão, agradeceu a Bolsonaro pela decisão.
O presidente disse que precisa entender a política de preços da empresa. Segundo ele, quer perguntar a funcionários como o percentual é calculado, quanto custa um barril de petróleo que é retirado no Brasil em comparação com outros países.
“Onde é que nós refinamos, a que preço, a que custo, eu quero o custo final. Mostrar para a população também, que sempre critica o governo federal, o ICMS é altíssimo, tem que cobrar de governador também, não só do presidente da República”, afirmou ele.
Depois do recuo, as ações da Petrobras operam em queda de mais de 7%.
Um dia após marcar os 100 dias de seu governo, com dois terços das metas cumpridas, como mostrou a Folha, Bolsonaro respondeu ainda sobre a demora para articular a reforma da Previdência no Congresso. Ao lado do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM), eleito pelo Amapá, ele cobrou o legislativo e retrucou um repórter que falou em “tempo perdido”.
“Não sei a que você atribui tempo perdido, fiquei 17 dias dentro do hospital, fiz viagens internacionais extremamente importantes. Agora, o governo é muito grande e a responsabilidade nossa é do mesmo tamanho da do Legislativo”. (FOLHAPRESS).