A falência do MDB em Santa Catarina: deputados Valdir Cobachini e Moacir Sopelsa, além do prefeito Gean Loureiro da capital podem deixar o “partidão”…
O prefeito de Capital, Gean Loureiro, reuniu-se, reservadamente, com os deputados estaduais Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa na seguda-feira. O trio está de saída do MDB. É provável que rumem para um mesmo partido.
Os dois parlamentares foram conversar com o alcaide e não compareceram na reunião na mesma data, à noite, com as bancadas do partido para encaminhamentos acerca da eleição a presidente do diretório estadual, marcada para maio.
Cobalchini e Sopelsa não participarão de mais nenhuma atividade emedebista. Nem no âmbito partidário nem no da bancada estadual. Ainda estão filiados para preservarem os mandatos. Mas suas saídas são questão de tempo. E oportunidade. Os dois aguardam uma janela para troca de sigla sem que o mandato seja colocado em risco ou então a liberação de um documento do comando partidário que os deixem buscarem novos rumos. Numa recente reunião da bancada, Cobalchini compareceu. Só para avisar que ninguém estava autorizado a lembrar seu nome com vistas ao comando do MDB estadual. E retirou-se.
Gean não corre o risco de perder o mandato e tem mais pressa, pois precisa definir seu novo endereço já pensando na candidatura à reeleição em 2020. O prefeito considera que pelo MDB as chances de ficar à frente da prefeitura diminuem substancialmente em função do desgaste brutal da sigla.
CARA DE PAISAGEM
Na semana passada, na casa de Moacir Sopelsa, em Jurerê Internacional, os dois deputados sentaram para conversar com Mauro Mariani, ainda presidente do MDB embora absolutamente afastado de tudo, e com o senador Dário Berger.
Pediram que o presidente assinasse e que o senador avalizasse um documento liberando-os do MDB sem o risco de perda dos mandatos. Mariani desconversou e Dário fez cara de paisagem. Ou seja, Cobalchini e Sopelsa não conseguiram o passe-livre para desembarcar da sigla.
O comando não quer liberar os dois deputados porque isso implicaria em menos assessores ao MDB na Assembleia, menos participação em comissões, menos força na Mesa e uma série de outros fatores.
Os dois deputados, a seu turno, ao contrário de Gean Loureiro, não têm pressa. Na pior da hipóteses, vão sair em março de 2022, seis meses antes da eleição daquele ano. A legislação permite a deputados e vereadores a mudança partidária a 180 do pleito sem prejuízo dos mandatos.
ALTERNATIVAS
O trio de quase ex-emedebistas avalia várias alternativas de futuro partidário. O PR, do senador Jorginho Mello, o DEM e até mesmo o PODEMOS. Esta última sigla, contudo, deixa de ser uma possibilidade se a turma do PSB e de Paulo Bornhausen migrarem para lá.
MDB nunca mais
Vadir Cobalchini cansou do MDB. Na reeleição de Raimundo Colombo, ele era secretário de Infraestrutura. E foi lembrado para compor de vice do então governador. Acabou engolido por Eduardo Pinho Moreira. Na sequência, ele teve a oportunidade de ser candidato a deputado federal. Também não deu. Pediram a ele que buscasse a reeleição para não atrapalhar Valdir Colatto e Celso Maldaner. O primeiro ficou na estrada e o segundo se reelegeu. Cobalchini é primeiro vice-presidente do MDB. Poderia ter ascendido ao comando partidário em 2015, mas o posto ficou com Mauro Mariani. Ele também vislumbrou chegar à presidência da Assembleia, dentro do acordo que deu os primeiros dois anos desta nova legislatura a Júlio Garcia. Acabou ficando para trás novamente. E pela articulação de outro Mauro, o de Nadal, filiado ao MDB, atual vice-presidente da Alesc e que vai comandar a Casa nos últimos dois anos. O deputado Cobalchini cansou. Está fora. Moacir Sopelsa também não tem mais ambiente no MDB. (Da coluna do jornalista Prisco Paraíso).