Vice-presidente da República defende uma revisão histórica de 31 de março

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, defende uma revisão histórica do golpe militar de 1964. Ao comentar as “comemorações” do dia 31 de março, quando o a participação militar completa 55 anos, Mourão afirmou que a data representa um “fato histórico” e, portanto, é preciso “mostrar o que aconteceu”. Ele considera que no futuro a data será vista como o “ápice das intervenções militares”.  

“Cada um tem sua ótica sobre isso aí, eu vejo que precisamos que atores e historiadores isentos analisem, esta é a minha visão. Olho muito assim e acho que no futuro vai ser visto que 31 de março foi o ápice das intervenções militares durante a história da República”, disse o vice.

Por sua vez, o presidente Jair Bolsonaro afirmou que não houve ditadura militar no Brasil, mas admitiu que houve “probleminhas” no regime que iniciou em 1964 e foi até 1985. 

Assim como no texto da ordem do dia que foi lido nos quartéis, Mourão destacou que o início da ditadura ocorreu no “contexto da guerra fria” para justificar excessos.

O documento é assinado pelo ministro da Defesa, Fernando Azevedo, e os comandantes das Forças Armadas. Também afirmou que o texto da ordem do dia é “conciliador”, embora o documento não faça qualquer autocrítica.

“Guerra tem excessos e estas coisas são sabidas. Acho que o que vai ser feito em termos de ordem do dia vai ser algo muito conciliador colocando que as Forças Armadas combateram o nazifascismo, combateram o comunismo e isto é passado e faz parte da história”, justificou Mourão.

Como revelou o jornal O Estado de S. Paulo, Bolsonaro estimulou comemorações nos quartéis no dia 31 de março. 

A orientação tem foi questionada na Justiça. Sobre o assunto, Mourão questionou: “Vivemos um estado democrático de direito? Não faz parte cada um defender aquilo que é justo?”. “Então, tudo bem, usem os instrumentos legais”, continuou.

Questionado se acha justo vítimas da ditadura entrarem na Justiça contra as comemorações, falou que considera “normal” usar os instrumentos legais. Indagado sobre o fato de eventualmente a comemoração agredir de alguma forma familiares de vítimas da ditadura, declarou que “houve vítimas de ambos os lados”. E que a lembrança da data nos quartéis sempre foi feita e “não tem nada demais nisso aí”.

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