Nada confortável a situação do MDB em Santa Catarina

A prisão do ex-presidente Michel Temer e do ex-ministro Moreira Franco é mais um duro golpe no MDB, partido que ainda tenta encontrar o rumo em Santa Catarina depois da derrota de 2018.

Sem comando no Estado ante a apatia do ainda presidente Mauro Mariani, que saiu de cena depois do primeiro turno do pleito do ano passado e não apareceu mais; dividido até a medula na Assembleia e enfraquecido na Câmara Federal, onde a representação catarinense do partido caiu de cinco para apenas três parlamentares, o MDB precisa se reinventar. E logo.

Sob pena de seguir em queda livre. Os líderes estaduais vêm tentando se desvincular da direção nacional desde que a Lava Jato começou a estourar bankers de corrupção emedebista país afora.  Não colou muito. Basta ver o resultado das urnas, com o partido ficando fora do segundo turno na disputa estadual pela primeira vez desde 1982. E ainda ajudando a eleger um senador de outro partido.

Na esteira da prisão do ex-presidente, lideranças do MDB catarinense repetiram a cantilena, o que não deve amenizar muito mais esta bomba que estourou no colo do partido, com seus reflexos nos Estados.

Timoneiro

Temer presidiu o MDB nacional por 15 anos! Seguindo assim, ladeira abaixo, o partido tende a perder vários quadros. Prefeitos, como Gean Loureiro, da Capital, avaliam seriamente a possibilidade de bater em retirada o mais brevemente possível. Deputados e vereadores terão que aguardar alguma janela para mudança de legenda sem correrem o risco de perda dos mandatos ou então aguardar até março do ano eleitoral. No caso dos parlamentares municipais, a data é março de 2020, daqui um ano portanto.

Disputas

Na Alesc, os deputados Valdir Cobalchini e Moacir Sopelsa  seguem filiados ao MDB, mas não têm mais vida partidária e muito menos atuação sintonizada com os outros setes parlamentares da bacada emedebista.

De fora

Cobalchini perdeu a disputa interna para Mauro de Nadal no começo de ano, quando se fizeram os acordos para a Mesa Diretora da Casa e as comissões permanentes. Cobalchini e Sopelsa ficaram fora de tudo, inclusive do comando de comissões.

Presidência

Outra disputa ocorre nos bastidores do MDB-SC em meio a esse clima de velório. Acéfalo, o partido escolherá novo presidente, executiva e diretório em maio. O processo tende a se acirrar em abril e maio, aumentando a pressão. É mais uma situação que pode deixar novas sequelas nas fileiras emedebistas. (Cláudio Prisco Paraíso).

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