Ministério Público pede condenação de envolvidos na Operação Quadro Negro

Em alegações finais de um dos processos criminais da Operação Quadro Negro, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) pediu a condenação do ex-diretor da Secretaria de Estado da Educação Maurício Fanini, do empresário Eduardo Lopes de Souza, dono da Valor Construtora, e de outros 11 réus acusadas de corrupção, lavagem de dinheiro, fraude a licitação e falsidade ideológica. O documento foi protocolado na segunda-feira (29). Agora, será aberto um prazo para que as defesas dos réus apresentem suas alegações finais. Depois disso, a Justiça poderá dar sua sentença.

De acordo com o Ministério Público, “não resta dúvida de que havia uma organização criminosa nas esferas do Poder paranaense, com o objetivo de desfalcar os cofres públicos, em especial, na área de educação”. A ação, segundo o MP, corresponde apenas a “uma parte hierarquicamente inferior desta organização”, composta por ex-funcionários da Secretaria da Educação e da construtora Valor.

O Ministério Público apurou nesta ação o desvio de pelo menos R$ 30 milhões dos cofres públicos por meio de medições falsas feitas em obras de escolas estaduais e liberação de valores à Valor por trabalhos não realizados ou inconpletos. De acordo com os delatores da ação, Eduardo Lopes de Souza e Maurício Fanini, parte do dinheiro desviado abasteceu campanhas políticas em 2014, entre elas a do ex-governador Beto Richa (PSDB). O tucano nega qualquer irregularidade.

Eduardo Lopes de Souza, segundo o MP, era o “líder incontestável do núcleo empresarial” do esquema articulado graças ao “seu trâmite junto às instâncias governamentais e sua capacidade de atrair seus familiares para lhe auxiliar”. “Todos os demais membros da organização criminosa denunciada possuem, de uma forma ou de outra, em maior ou menor grau, algum vínculo com ele”, diz o MP.

Maurício Fanini, “mediante remuneração de Eduardo Lopes de Souza, utilizou do cargo por ele ocupado para fazer com que os demais servidores públicos agissem em favor indevido da empresa Valor”, diz o documento. “Talvez sem esta intermediação o grupo não tivesse prosperado”, afirmam os promotores nas alegações finais. A reportagem tenta contato com os réus e com o ex-governador Beto Richa. (Bem Paraná).

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