Luciano Huck, em artigo na Folha de São Paulo, critica Haddad (PT) e Bolsonaro (PSL)
Passou despercebido o artigo publicado pelo apresentador de TV e empresário Luciano Huck no jornal Folha de S.Paulo no último sábado (13). Huck, que ensaiou ser candidato a presidente este ano, comemorou o alto índice de renovação na Câmara e no Senado e criticou o PT e o candidato do PSL à Presidência, Jair Bolsonaro.
“Bolsonaro se tornou conhecido propagando ideias retrógradas, sectárias, preconceituosas e belicistas. Tudo aquilo de que não precisamos na atual conjuntura. Um postulante ao cargo máximo da República definitivamente não pode pensar e muito menos dizer o que ele já disse ao longo dos seus 27 anos de vida pública”, afirma o apresentador sobre o militar.
Luciano Huck chegou a cogitar disputar a Presidência da República nesta eleição, mas desistiu ainda no início do ano. O nome de Huck foi apresentado como o “novo” e contou com o apoio de políticos como o tucano Fernando Henrique Cardoso.
No artigo para a Folha, intitulado “Sigo aqui”, Huck comemora o resultado de “61% de renovação nas cadeiras do Senado, mais de 50% de novos nomes na Câmara dos Deputados” e “boa parte da velha e apodrecida política aposentada pelas urnas”. E menciona o movimento RenovaBR, do qual faz parte, que tem o objetivo de selecionar homens e mulheres para se lançar na vida política. O RenovaBR elegeu 14 parlamentares federais por diferentes partidos.Antes de desistir, o apresentador havia recebido um ultimato da TV Globo. A empresa comunicou que, se decidisse disputar a eleição, Huck teria de deixar a emissora junto com sua mulher, a apresentadora Angélica. A política interna da Globo estabelece que seus funcionários, de qualquer setor, têm que encerrar o vínculo empregatício caso optem por se candidatar a cargos eletivos.
Por outro lado, o apresentador lamenta as opções que o eleitor encontrou para a eleição presidencial. “Não compactuo com o modo de pensar e de operar do PT”, afirma Huck, que diz ter “enorme dificuldade em confiar em qualquer que não tenha autocrítica, que não tenha a humildade de aprender com seus próprios erros”.
O candidato do PT ao Planalto, Fernando Haddad, teve 29,28% dos votos válidos no dia 7 de outubro e vai ao segundo turno com Bolsonaro, que teve 46,03% dos votos válidos. No texto, Huck diz que tende a não acreditar que o candidato do PSL, caso seja eleito, “invista no caminho do autoritarismo ditatorial, com atos extremos como fechamento do Congresso, censura na mídia, perseguição política e outros radicalismos antidemocracia”. Mas afirma temer que “o discurso de ódio ou de desprezo pelo diferente na boca de um mandatário eleito pela maioria legitime violência e discriminação”.
O apresentador conclui dizendo que fará parte da “resistência positiva”, qualquer que seja o resultado das urnas, com disposição a “monitorar e fiscalizar com vigor cada passo do novo governo” e ajudar com uma agenda de propostas. “Sempre há de haver espaço para o amadurecimento e revisão de posições equivocadas do passado”, defendeu. (Congresso em Foco).