Justiça determina sequestro dos bens do ex-governador Beto Richa acusado na Operação Rádio Patrulha
O juiz Fernando Fischer, da 23ª Vara Criminal de Curitiba, determinou em despacho de quarta-feira (3) o sequestro de bens do ex-governador Beto Richa (PSDB), candidato ao Senado, e outras 12 pessoas acusadas na Operação Rádio Patrulha, que investiga fraude em licitação de um programa de manutenção de estradas rurais no Paraná. O bloqueio de cada um dos denunciados deve ser de até R$ 37.316.406,66. No caso do primo de Richa, Luiz Abi Antoun, o valor deve ser de até R$ 12.934.859,00. A informação foi publicada pelo Portal G1 Paraná. O despacho está em sigilo.
Os valores são calculados com base em auditoria realizada pelo Ministério Público do Paraná (MP-PR) nos contratos investigados. “Embora não seja possível precisar, nesta fase processual, o valor total do prejuízo”, despachou o juiz, segundo o G1. O sequestro é para assegurar eventual reparação. “Nada impede que os valores da ocasional indenização, quando discutidos definitivamente na esfera competente, fiquem aquém ou além dos patamares aqui adotados”, pontuou Fischer.
Denunciados
No dia 25 de setembro, o MP apresentou denúncia contra treze pessoas acusadas de envolvimento no esquema investigado na operação Rádio Patrulha. A lista de indiciados inclui o ex-governador, seu irmão, o ex-secretário da Infraestrutura, José Pepe Richa (PSDB), e o ex-chefe de gabinete de Richa, Deonilson Roldo, acusados de corrupção passiva e fraude à licitação. O MP indiciou ainda o primo do ex-governador, Luiz Abi, os empresários Joel Malucelli e Celso Frare, o ex-secretário de Cerimonial, Ezequias Moreira, e o ex-secretário de Assuntos Estratégicos, Edson Casagrande.
A denúncia é baseada nas delações do ex-diretor do Departamento de Estradas de Rodagem (DER/PR), Nelson Leal Júnior e do ex-deputado estadual Tony Garcia. Ambos apontaram a existência de um esquema para fraudar licitações do programa em troca de propina para o grupo político do ex-governador. Richa chego a ser preso na semana passada, junto com a mulher, Fernanda Richa, pelo Gaeco, mas ambos acabaram sendo soltos quatro dias depois por decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal, Gilmar Mendes. O tucano nega as acusações.
Fernanda e o contador da família Richa, Dirceu Pupo, investigados por lavagem de dinheiro, ainda não foram denunciados. O MP afirma que serão instaurados novos procedimentos relacionados aos dois. “Relativamente aos crimes de organização criminosa, obstrução de justiça, lavagem de dinheiro, peculato e outros crimes licitatórios, considerando a necessidade de realização de novas diligências, o Ministério Público informa que serão instaurados procedimentos investigatórios criminais autônomos, razão pela qual, por ora, deixa de denunciar os investigados Fernanda Bernardi Vieira Richa e Dirceu Pupo Ferre”, diz o documento