Decisão do PSDB de se unir ao MDB, segundo o jornalista Cláudio Prisco Paraíso, pode ser o repeteco de 2002
No meio político, há uma pergunta que não quer calar: se era para coligar com o MDB ou seja com quem fosse, porque o PSDB fez aquela convenção em Joinville, reunindo mais de três mil pessoas, o maior ato de pré-campanha daqueles dias? Para depois entregar para o MDB?
Os tucanos foram para a convenção com o discurso de que a candidatura de Paulo Bauer ao governo era inegociável. Daí, não mais do que de repente, o próprio Bauer vira candidato à reeleição e Napoleão Bernardes acaba como vice de Mauro Mariani.
Em termos de articulação, de condução, o PSDB foi muito mal em Santa Catarina. Porque estava dividido e ainda se ressentindo das feridas abertas na campanha de 2014. Em 2018, Paulo Bauer apontou um caminho, Napoleão Bernardes queria algo um pouco diferente; e Marcos Vieira e Dalirio Beber desejavam uma solução completamente diferente da dos outros dois.
2018 REPETE 2002
Sob o viés do PSDB, acabou prevalecendo aquela mesma articulação de 2002. O partido era governo e Esperidião Amin ofereceu a Secretaria de Transportes a Dalirio Beber, que recusou e, ao lado de outros dirigentes tucanos, como Marcos Vieira, que à época era um mero coadjuvante, conduziu o partido para a aliança com Luiz Henrique da Silveira, o emedebista que era uma azarão naquele pleito eleitoral.
Voltando para 2018, Dalirio Beber e Marcos Vieira conduziram o PSDB na mesma direção. Foi um repeteco de 2002, dezesseis anos depois.