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Santa Catarina tem sete candidatos ao Governo do Estado. Conheça os candidatos, através de trabalho do Jornal “Notícias do Dia”, que circula na Grande Florianópolis

Encerrado o prazo para homologação das candidaturas, neste domingo (5), a corrida pela cadeira do governo do Estado em Santa Catarina contará com sete postulantes. Os últimos nomes foram definidos neste domingo, alguns confirmando o que os partidos já haviam desenhado em suas convenções e outros fechados após exaustivas rodadas de conversas. Desde o início da pré-campanha, até este domingo, o Notícias do Dia ouviu os postulantes e apresenta o perfil de cada um deles, agora, confirmados e homologados pelos partidos. Os sete candidatos, sendo apenas uma candidata mulher, representam diferentes posicionamentos e ideologias, alguns com posicionamentos mais próximos, outros com propostas mais diversas:

Décio Lima, 57 anos

Partido: PT

Cargo que ocupa: Deputado Federal

Profissão: Advogado

Natural de Itajaí, Décio Lima será o nome do PT na disputa ao governo do Estado - Divulgação
Natural de Itajaí, Décio Lima será o nome do PT na disputa ao governo do Estado – Divulgação


Mandatos: vereador de Blumenau (1994-1996); prefeito de Blumenau (1997-2000) e (2001-2004); deputado (2007-2011), (2011-2015) e (2015-2019).

Natural de Itajaí, Décio Lima será o nome do PT na disputa ao governo do Estado. Defendendo a criação de um sistema único de Segurança Pública, ele promete ainda rever o modelo das Secretarias de Desenvolvimento Regionais. Segundo ele, a verdadeira descentralização só virá se o governo conseguir construir parcerias com os municípios, as entidades de trabalhadores e empresários, garantindo orçamento participativo e regionalizado.

Na rodada de entrevistas com os pré-candidatos ao governo, realizada pelos veículos do Grupo RIC, Décio também defendeu critérios de planejamento para os investimentos em Saúde: “Além de garantir os recursos, temos que efetivamente garantir que tenhamos um planejamento e uma organização da saúde como um todo no Estado”, disse.

O candidato diz não temer a crise financeira nas contas públicas, “recebi a cidade de Blumenau em 1997 com quatro folhas de pagamento atrasadas”, lembra, afirmando que é necessário mudar o ambiente político e o estilo de governança. “Nós viemos de um período praticamente de três décadas que os mesmos estão governando. Se você analisar os últimos governadores, apenas se alteraram os personagens, mas os ambientes da condição da política é o mesmo”.

Gleson Merísio, 52 anos

Partido: PSD

Cargo que ocupa: Deputado Estadual

Profissão: Administrador de Empresas

Deputado estadual por quatro mandatos, o empresário Gelson Merísio garantiu seu nome como candidato pela primeira vez ao posto de governador do Estado - Marco Santiago/ND
Deputado estadual por quatro mandatos, o empresário Gelson Merísio garantiu seu nome como candidato pela primeira vez ao posto de governador do Estado – Marco Santiago/ND


Mandatos: vereador de Xanxerê (1989-1993); deputado estadual (2007-2012), (2012-2016) e (2016-2019).

Deputado estadual por quatro mandatos, o empresário Gelson Merísio garantiu seu nome como candidato pela primeira vez ao posto de governador do Estado. Natural de Xaxim, Merisio apoia seu discurso na boa gestão, no enxugamento da máquina pública e na mudança do modelo do Estado para driblar os problemas com as finanças.

No rol de temas debatidos na série de entrevistas ao Grupo RIC, o candidato elencou segurança pública como uma das suas prioridades, disse que é necessário trazer de volta policiais da reserva  e investir R$ 2,3 bilhões em tecnologia. Ele defende a extinção completa das agências regionais, o enxugamento dos processos administrativos e a contratação de servidores e melhora na remuneração de professores.

“Acredito ser possível fazer um pouco melhor em algumas áreas, poder dar minha contribuição com a experiência que tenho da iniciativa privada, da minha atividade empresarial que exerci por mais de 20 anos e depois como parlamentar por 15 anos, sendo cinco anos presidente da assembleia”, disse.

Sobre a crise financeira nas contas públicas, diz que o discurso sobre a queda na arrecadação “é uma falácia” e apontou que em 2017 a receita do Estado cresceu 6% em relação ao ano anterior.

Rogério Portanova, 59 anos

Partido: Rede

Profissão: Professor universitário, doutor em sociologia e antropologia política

Formado em direito, o professor da UFSC Rogério Portanova diz que sua candidatura é uma opção de mudança na política catarinense - Flávio Tin/ND
Formado em direito, o professor da UFSC Rogério Portanova diz que sua candidatura é uma opção de mudança na política catarinense – Flávio Tin/ND


Disputou a prefeitura de Florianópolis pelo PV em 1996 e 2000 e ao governo do Estado em 1998.

Formado em direito, o professor da UFSC Rogério Portanova diz que sua candidatura é uma opção de mudança na política catarinense, segundo afirmou na rodada de entrevistas com os pré-candidatos aos veícuos do Grupo RIC.

Como candidato, Portanova defende a unificação das polícias e o uso da tecnologia e das redes de solidariedade para o combate à violência. Para ele, só será possível reverter a crise financeira com cortes na própria máquina pública e com uma reforma tributária. “O grande problema que temos hoje é uma dívida interna muito grande, nós pagamos valores estratosféricos de juros bancários”, disse

Ele também é um crítico do que se tornaram as Agências Regionais: “Poderia ter sido uma boa ideia, infelizmente virou um cabide de empregos”. Para ele, o serviço público precisa investir mais na competência e menos na indicação política.

Na Saúde, defende a inclusão de medicinas alternativas ao SUS e diz que as preocupações com o tema vão além do cuidado e atendimento médico-hospitalar. “É preciso pensar no saneamento básico. Só quem pensa de forma sistêmica e está engajado com os princípios da sustentabilidade é que vai vincular saúde, condição básica do cidadão e, ao mesmo tempo, com o esporte e a cultura. Essas coisas não estão separadas”.

Mauro Mariani, 54 anos

Partido: (MDB)

Cargo atual: Deputado Federal

Profissão: Diretor de Empresas

Deputado federal Mauro Mariani aposta na própria experiência tanto na vida pública como no meio privado - Divulgação
Deputado federal Mauro Mariani aposta na própria experiência tanto na vida pública como no meio privado – Divulgação


Mandatos: prefeito, Rio Negrinho (1997-2000) e (2001-2002); deputado estadual (2003-2007); deputado federal (2007-2011) e (2015-2019).

O deputado federal Mauro Mariani aposta na própria experiência tanto na vida pública como no meio privado, onde atuou por 20 anos, para comandar o governo do Estado, cargo em que concorre pela primeira vez. “Eu sei o quanto é difícil produzir, vender, comprar matéria prima, pagar os funcionários. Eu penso que essa minha experiência vai ser importante para esse momento difícil que Santa Catarina vive”, disse durante a rodada de entrevistas com os pré-candidatos ao governo do Estado aos veículos do Grupo RIC.

Neste domingo, após oficializada a chapa que inclui o PSDB com a indicação do vice, Mariani disse que pretende fazer um governo de renovação, caso seja eleito. “Eu não preciso pregar a renovação, está estampado”, disse.

Como bandeira, Mariani aposta em uma campanha calcada em propostas que versem sobre eficiência e gestão. “Não há mais espaço para o governo financiar a ineficiência”, afirmou citando como exemplo relatório do Tribunal de Contas do Estado, que no ano passado apontou que a ineficiência nos hospitais públicos de Santa Catarina custou R$ 670 milhões.

Questionado sobre qual modelo ideal para a pasta da Saúde, disse preferir o modelo dos hospitais filantrópicos ao das Organizações Sociais, disse afirmando que o Estado não precisa construir mais hospitais antes de conseguir reorganizar o modelo atual.

Leonel Camasão, 32 anos

Partido: PSOL

Profissão: Jornalista

Candidatura de Leonel Camasão ao governo de Santa Catarina prevê um calendário com seis grandes seminários em todas as regiões do Estado - PSOL/Divulgação
Candidatura de Leonel Camasão ao governo de Santa Catarina prevê um calendário com seis grandes seminários em todas as regiões do Estado – PSOL/Divulgação


Disputou como deputado federal em 2010 pelo PSOL e ao cargo de prefeito em Joinville em 2012 e deputado estadual em 2014.

Inspirada na Plataforma Vamos, que nacionalmente pretende discutir de forma temática as questões que envolvem o futuro do país, a candidatura de Leonel Camasão ao governo de Santa Catarina prevê um calendário com seis grandes seminários em todas as regiões do Estado, que se desdobram em 16 temas principais que auxiliam na organização e classificação das propostas do programa.

“É necessário que a população ocupe os espaços políticos. A política no nosso país vem sendo ocupada por empresários, banqueiros, ruralistas, gente de famílias tradicionais, e nós entendemos que o cidadão comum, que o trabalhador, os artistas, os jornalistas, enfim, possam ocupar o espaço de poder e ajudar a definir os rumos do país”, declarou Camasão durante a rodada de entrevistas aos veículos do grupo RIC.

Camasão prega que o Estado e o país só conseguirão resolver as questões da segurança pública se houver investimento de forma coordenada com setores como a educação, saúde, assistência social e geração de emprego e renda.

Se eleito, o candidato do PSOL promete revisão nos contratos do governo e auditorias. Camasão também defende a reforma tributária e a revisão das isenções fiscais, o que segundo ele coloca em pé de desigualdade o trabalhador das classes mais ricas.

Ingrid Assis, 30 anos

Partido: PSTU

Profissão: Professora da Rede Estadual

Primeira candidata indígena a concorrer uma vaga ao governo de Santa Catarina, a professora da rede pública de educação Ingrid Assis promete uma campanha de combate ao sistema capitalista - Divulgação
Primeira candidata indígena a concorrer uma vaga ao governo de Santa Catarina, a professora da rede pública de educação Ingrid Assis promete uma campanha de combate ao sistema capitalista – Divulgação


Primeira candidata indígena a concorrer uma vaga ao governo de Santa Catarina, a professora da rede pública de educação Ingrid Assis promete uma campanha de combate ao sistema capitalista e aos governos que defendem os interesses dos ricos. Ela também é a única representante feminina na disputa pela chefia do Executivo de Santa Catarina.

“Defendemos um governo dos trabalhadores, formado por conselhos populares nos bairros, locais de trabalho e estudo”, informou a candidata. Indígena da etnia Sateré-Mawé, natural do Amazonas, a candidata vive há 12 anos em Santa Catarina e atualmente é dirigente do Sinte (Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina) de São José.

Na pauta, a campanha se apresenta como ponto de apoio às lutas dos trabalhadores, das mulheres, dos negros e negras, LGBTs, indígenas, imigrantes e dos moradores das periferias contra toda as formas de opressão e exploração.

A campanha de Ingrid também deverá ser uma enxuta ao que se refere a recursos financeiros. Ela deve abrir mão da fatia do Fundo Especial Eleitoral e participar de uma campanha unificada com os demais concorrentes pelo partido no Estado, sem diferenciação de valores por cargos.

Carlos Moisés da Silva, 51 anos

Partido: PSL

Profissão: Coronel da Reserva do Corpo de Bombeiros

Bombeiro militar da reserva, o coronel Carlos Moisés da Silva (direita) oficializou sua candidatura ao governo de Santa Catarina - Divulgação
Bombeiro militar da reserva, o coronel Carlos Moisés da Silva (direita) oficializou sua candidatura ao governo de Santa Catarina – Divulgação


Bombeiro militar da reserva, o coronel Carlos Moisés da Silva oficializou sua candidatura ao governo de Santa Catarina no último domingo, recusando coligação com grandes partidos e com um programa de governo focado na segurança pública e a família.

Moisés aposta que o bom desempenho do presidenciável Jair Bolsonaro em Santa Catarina possa também alavancar sua campanha, principalmente, pelas convergências de bandeiras. “Tenho plena consciência de que o desafio é grande. Mas nós vamos para essa eleição sem medo de perder ou de ganhar”, disse.

Entre as propostas, ele defende a integração e a aproximação das forças policiais. “Hoje o que percebemos é uma subutilização da polícia investigativa. Muitos municípios estão defasados e menos de 3% dos crimes investigados têm resultados”, afirmou.

No outro eixo da campanha, que diz respeito a preservação dos valores da família, o candidato do PSL diz que este é um tema que caminha lado a lado com o da educação, onde defende a implantação do ensino em tempo integral para superar a falta de atenção que algumas famílias não conseguem dar às crianças. “Muitas famílias não conseguem acompanhar seus filhos, e a criança que não tem essa condição chega defasada”, disse apontando experiência própria de ser casado com uma educadora.

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