Intensificada vacinação contra a febre amarela em Santa Catarina, inclusive em Porto União

A Dive (Diretoria de Vigilância Epidemiológica), vinculada à Secretaria Estadual da Saúde, intensifica a vacinação contra a febre amarela em alguns municípios catarinenses a partir desta segunda quinzena de junho. A ação é devido ao anúncio feito pelo Ministério da Saúde, em março deste ano, que ampliou para todo o território nacional a Área Com Recomendação de Vacina contra a febre amarela.

SC vai intensificar vacinação contra febre amarela - Rovena Rosa/Agência Brasil/Divulgação/ND
 

A ação está sendo realizada em três momentos, por meio da estratégia de vacinação casa a casa em toda a área rural. A intensificação começará nos municípios da região de saúde Nordeste, próximos a corredores ecológicos, que são regiões de matas e rios, podendo vir a ser prováveis rotas de avanço do vírus amarílico no Estado.

A primeira etapa começou no último sábado (16) e vai até 17 de julho. Nesse período serão aplicadas 49.755 doses de vacina nos moradores dos municípios da região do Planalto Norte, que fazem divisa com o Estado do Paraná: Porto União, Irineópolis, Canoinhas, Três Barras, Mafra, Rio Negrinho, São Bento do Sul, Campo Alegre, Joinville, Garuva e Itapoá.

Entre 1º e 30 de setembro, a intensificação ocorrerá nos munícipios de Corupá, Rio dos Cedros, Jaraguá do Sul, Schroeder, Pomerode, Blumenau, Massaranbuba, Guaramirim, Luiz Alves, São João de Itaperiú, Barra Velha, Araquari, Balneário Barra do Sul e São Francisco do Sul. Nesta fase, serão aplicadas 52.791 doses da vacina.

O terceiro e último momento será entre os dias 1º e 30 de outubro, com a aplicação de 49.937 doses da vacina nos municípios de Doutor Pedrinho, Benedito Novo, Timbó, Rodeio, Ascurra, Indaial, Guabiruba, Gaspar, Ilhota, Navegantes, Balneário Piçarras, Penha, Brusque, Itajaí, Camboriú e Balneário Camboriú.

“Os municípios têm autonomia para definir a data das atividades e a quantidade de profissionais envolvidos na ação, porém devem respeitar os períodos pactuados na reunião da Comissão Intergestores Bipartite”, afirma Eduardo Macário, diretor da Vigilância Epidemiológica.

O público-alvo da vacinação é composto por indivíduos a partir dos 9 meses de idade, independentemente do local onde moram, com a devida atenção às contraindicações e aos casos em que há necessidade de avaliação prévia realizada por profissional de saúde.

Segundo a Dive, a única mudança no público-alvo prevista para 2018 é que não é mais necessário ter viagem marcada para áreas com recomendação de vacina ou transmissão ativa do vírus.

Contraindicação

A vacina não deve ser tomada por pessoas que se encontram nas situações abaixo:

– crianças menores de 9 meses de idade;
– mulheres amamentando crianças menores de 6 meses de idade;
– com alergia grave ao ovo;
– que vivem com HIV e têm contagem de células CD4 menor que 350;
– em tratamento de quimioterapia/radioterapia;
– portadoras de doenças autoimunes;
– submetidas a tratamento com imunossupressores (que diminuem a resposta imunológica).

Para os casos abaixo, é necessário que a pessoa seja avaliada por um profissional antes de tomar a vacina para avaliar os riscos:

– pacientes com imunodeficiência primária ou adquirida;
– indivíduos com imunossupressão secundária à doença ou a terapias imunossupressoras (quimioterapia, radioterapia, corticoides em doses elevadas);
– pacientes em uso de medicações antimetabólicas ou medicamentos modificadores do curso da doença Infliximabe, Etanercepte, Golimumabe, Certolizumabe, Abatacept, Belimumabe, Ustequinumabe, Canaquinumabe, Tocilizumabe, Ritoximabe;
– transplantados;
– pacientes com doença oncológica em quimioterapia;
– indivíduos que apresentaram reação de hipersensibilidade grave ou doença neurológica após dose prévia da vacina;
– indivíduos com reação alérgica grave ao ovo;
– pacientes com história pregressa de doença do timo (miastenia gravis, timoma);
– indivíduos com idade acima de 60 anos;
– crianças que tiverem alguma dose do Calendário Nacional de Vacinação em atraso podem tomar junto com a da febre amarela, com exceção da tríplice viral (protege contra sarampo, rubéola e caxumba) e da tetra viral (protege contra sarampo, rubéola, caxumba e varicela). Para a criança que não recebeu a vacina contra a febre amarela nem a tríplice viral ou tetra viral e for atualizar sua vacinação, orienta-se um intervalo de 30 dias entre as vacinas.

Para quem a vacina é contraindicada, orienta-se o uso de repelente de insetos, que deve ser aplicado em toda a área de pele exposta, respeitando os intervalos orientados pelos fabricantes e fazendo a reaplicação após o contato com a água. Crianças menores de 6 meses de idade não podem receber a vacina nem usar repelentes de aplicação direta na pele, por isso devem ser mantidas o tempo todo sob mosquiteiros e/ou em ambientes protegidos por telas.

Para crianças entre 6 meses e 2 anos de idade, gestantes e a aplicação em tecidos, há formulações próprias no mercado. É importante proteger a maior extensão possível da pele por meio do uso de roupas compridas (blusas e calças), meias e sapatos fechados. O uso de roupas claras facilita a identificação de mosquitos e permite que eles sejam mortos antes de picarem o indivíduo.

Outra forma de prevenção é passar o maior tempo possível em ambientes com portas e janelas protegidas por telas mosquiteiras, dormir em ambientes com mosquiteiros devidamente arrumados para não permitir a entrada de mosquitos, e uso de repelentes ambientais (sprays, pastilhas e líquidos em equipamentos elétricos) no quarto de dormir.

Imunização vai acontecer em três etapas em diferentes regiões do Estado - Tomaz Silva/Agência Brasil/Divulgação/ND
 
A doença

A febre amarela é uma doença infecciosa febril aguda, causada por vírus amarílico ou vírus da febre amarela. Pode ser de curta duração ou evoluir de forma grave, podendo levar à morte. Transmitida pela picada de fêmeas de mosquitos infectados com o vírus, a doença não possui tratamento específico, sendo apenas sintomática, com cuidadosa assistência ao paciente em ambiente hospitalar.

A vacina é a única forma de prevenção e está disponível gratuitamente na rede pública de todo o país. A doença não é contagiosa, sendo adquirida apenas pela picada do mosquito infectado com o vírus.

Os sintomas incluem febre, dor de cabeça, dores no corpo (de modo geral), náuseas e vômitos, fadiga e fraqueza. Em casos mais graves, a pessoa pode desenvolver febre alta, icterícia (coloração amarelada na pele ou na parte branca dos olhos), hemorragia e, eventualmente, choque e insuficiência múltipla de órgãos. Ao identificar alguns dos sintomas, a pessoa deve procurar um médico. (Com informações da Assessoria de Imprensa da Secretaria Estadual de Saúde).

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