Defesa Civil do Paraná alerta sobre doenças causadas pelas enchentes
Os eventos considerados como desastres de origem natural predominantes no Brasil estão associados a inundações graduais ou bruscas, vendavais, granizos, deslizamentos, secas e estiagens, sendo as inundações as de maior incidência.
As experiências mostram que as principais ocorrências epidemiológicas após as inundações são: os traumatismos (afogamentos, lesões corporais, choques elétricos, entre outros), os acidentes por animais peçonhentos e o aparecimento de surtos de doenças infecciosas, particularmente a leptospirose, doenças respiratórias, meningites e doenças de transmissão hídrica e alimentar.
RISCO PARA O PARANÁ
De acordo com boletim da Coordenação Estadual de Defesa Civil – CEDEC, 161 municípios do Paraná foram atingidos pelos temporais, vendavais e chuvas de granizo registradas no Estado no período de 3 de outubro a 2 de novembro de 2023.
CONDUTAS DE ALERTA
Considerando a ocorrência de fortes chuvas, alertamos os municípios quanto à possibilidade de aumento do número de casos ou ocorrência de algumas doenças.
LEPTOSPIROSE
Uma das principais ocorrências epidemiológicas após as inundações é o aparecimento de surtos de leptospirose, transmitida aos seres humanos pelo contato com água ou lama contaminadas pela urina de animais portadores, principalmente roedores domésticos.
Este contato ocorre durante e imediatamente após as enchentes, quando as pessoas retornam para suas residências e procedem à limpeza e remoção da lama e outros detritos.
Portanto, deve-se estar alerta à possibilidade de ocorrência de casos e surtos de leptospirose nas quatro ou cinco semanas que se seguem ao fim da inundação, com o descenso total das águas.
Os sintomas variam desde febre alta, cefaleia, dores musculares, até quadros mais graves, podendo ocorrer icterícia (coloração amarelada em pele e mucosas), insuficiência renal, hemorragias e alterações neurológicas, com altas taxas de letalidade. Nestes casos podendo ocorrer o óbito nas primeiras 24 horas de internação.
DOENÇAS DE TRANSMISSÃO HÍDRICA E ALIMENTAR
As doenças de transmissão hídrica e alimentar (DTHA) são aquelas causadas pela ingestão de água e/ou alimentos contaminados por bactérias e suas toxinas, vírus, parasitas intestinais oportunistas ou substâncias químicas. Portanto, a orientação é para que a população realize a higienização da caixa d’água domiciliar, especialmente em áreas onde houve interrupção ou intermitência no abastecimento de água.
ACIDENTES COM ALIMENTOS PEÇONHENTOS
Nas enchentes e em situações de alagamentos, os animais peçonhentos como serpentes, aranhas e escorpiões também ficam desabrigados e procuram abrigo em locais secos. Estes animais invadem as residências, aumentando o risco de acidentes. Cuidado ao entrar na água. As pessoas devem ficar atentas para serpentes que podem estar nadando em busca de terra seca.
Os principais cuidados ao voltar para casa são: entrar com cuidado e observar atentamente a presença de animais peçonhentos, sabendo que estes se escondem do homem. Bater os colchões antes de usar e sacudir cuidadosamente roupas, sapatos, toalhas e lençóis. Limpar o interior e os arredores da casa usando luvas, botas e calças compridas.
TÉTANO
As inundações propiciam a ocorrência de acidentes com ferimentos, levando ao aumento do risco de contaminação pelo bacilo do tétano. O principal cuidado é proteger mãos, braços, pés e pernas com luvas e botas ao manusear entulhos e destroços que possam provocar lesões na pele e, consequentemente, o adoecimento por tétano acidental.