PSDB corre o risco de ficar sem representação na Assembleia Legislativa do Paraná
O PSDB do Paraná corre o sério risco de entrar para a história. Pela primeira vez desde a sua fundação, em 1988, o partido pode ficar sem nenhum representante na Assembleia Legislativa. E de pensar que em 2010, quando Beto Richa foi eleito para o primeiro mandato no Palácio Iguaçu, o PSDB elegeu nove deputados estaduais. Agora, o partido caminha para a extinção.
Antes do Carnaval, o presidente dos tucanos no Paraná, o ex-governador e atual deputado federal Beto Richa, teve uma reunião tensa com alguns de seus colegas de partido. Participaram deste encontro as duas deputadas estaduais do partido na Assembleia Legislativa, Cristina Silvestri e a Mabel Canto, e o ex-prefeito de Ponta Grossa, Jocelito Canto — pai da Mabel.
A conversa foi franca e direta com ameaça do trio deixar o PSDB. E o destino dos três pode ser o mesmo: o PP de Ricardo Barros.
Cada vez mais minguado, o PSDB de antigamente não é mais ou mesmo. A figura central continua sendo Beto Richa, mas a imagem dele foi bastante arranhada após os sucessivos escândalos durante a gestão como governador, tendo sido inclusive preso em operações do Gaeco e numa das muitas fases da operação Lava Jato.
O Blog Politicamente apurou que não existe uma insatisfação instransponível das deputadas com o Beto Richa. Nada disso. O motivo desta provável revoada é a eleição de outubro e a sobrevivência política. O Progressistas oferece, por exemplo, um fundo eleitoral bem mais atrativo. Para se ter uma ideia, o PP vai receber R$ 406 milhões do fundo eleitoral em 2024, enquanto que o PSDB “apenas 156 milhões”. É menos da metade.
Mabel Canto, por exemplo, é um dos nomes fortes para disputar a prefeitura em Ponta Grossa — contra a atual prefeita Elizabeth Schimidt. Além do fundo eleitoral e, consequentemente, o tempo de rádio e TV, uma boa fonte ponta-grossense conta que o PP teria hoje mais condições de oferecer uma chapa mais competitiva que o PSDB. Estes são alguns dos atrativos colocados na mesa pelo habilidoso estrategista Ricardo Barros — que, obviamente, promete mundos e fundos para a família Canto.
O cacique do PP não está pensando apenas no crescimento do partido. A estratégia em curso contempla seus planos políticos. Ricardo Barros quer contar com os Silvestri em Guarapuava e com a família Canto em Ponta Grossa no projeto de disputar a eleição ao Senado Federal, numa eventual cassação do senador Sergio Moro no processo que ele responde no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná.
Esta tensão dentro do PSDB esta próxima de acabar. Assim como é iminente o término dos preparativos da festa de recepção organizada por Barros aos futuros novos filiados. Beto Richa ficou de se reunir novamente com seus correligionários após o Carnaval. E o desfecho pode ser a revoada de tucanos nunca antes vista no céu paranaense, deixando mais vazio o ninho do PSDB.
Se confirmada a revoada, será um péssimo sinal para os planos de Beto Richa que ainda sonha com uma volta por cima para a política paranaense após um verdadeiro rally jurídico, entre anulações, absolvições envolvendo ações da Polícia Federal e Gaeco. Sem nenhum deputado estadual na Assembleia Legislativa em 2026, o desejo de renascimento como da fênix, pelos braços do povo, vai ficar ainda mais difícil.
(BLOG POLITICAMENTE).