Pesquisa PoderData mostra que desaprovação do governo Lula aumenta

A pergunta que se faz no Palácio do Planalto  em Brasília, é: “Onde estamos errando?”, após pesquisas mostrarem a curva de desaprovação ao governo Lula subir, enquanto a de aprovação cai nos 9 meses de gestão.

De acordo com a pesquisa PoderData realizada entre 24 e 26 de setembro de 2023, a administração do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é aprovada por 48% dos brasileiros, enquanto outros 45% a desaprovam.

Um dos aspectos mais notáveis dessa pesquisa é a estreita margem que separa os índices de aprovação e desaprovação do governo.

A diferença entre esses percentuais atingiu o menor nível desde o início do mandato de Lula, com apenas 3 pontos percentuais.

Em janeiro, essa diferença era de 13 pontos percentuais, o que demonstra uma tendência de queda na aprovação ao longo do tempo.

É importante observar que é natural que todos os presidentes da República desfrutem de um período inicial de “lua de mel” por parte do eleitorado, que geralmente dura cerca de um ano.

Os dados do estudo do PoderData indicam que essa fase de tolerância está se aproximando do seu fim, antes de completar o primeiro ano.

Além disso, há indícios na economia de que o cenário pode estar se deteriorando, com a inflação voltando a subir e o poder de compra das famílias se esvaindo.

A pesquisa foi conduzida pelo PoderData, uma empresa do grupo Poder360 Jornalismo, com recursos próprios.

O Poder360 tem dentre os seus acionistas o Magazine Luiza, controlada pela empresária Luiza Trajano, por isso o instituto PoderData também é conhecido nos bastidores da política como “DataMagalu“.

Foram realizadas 2.500 entrevistas em 212 municípios nas 27 unidades da Federação, durante os dias 24 a 26 de setembro de 2023.

A margem de erro da pesquisa é de 2 pontos percentuais, com um intervalo de confiança de 95%.

Vale ressaltar que para alcançar um grupo de entrevistados que representasse de forma proporcional a diversidade da sociedade, o PoderData disse que realizou dezenas de milhares de telefonemas.

Muitas vezes, foram necessárias mais de 100 mil ligações para encontrar os entrevistados que melhor representassem a população em termos de sexo, idade, renda, escolaridade e localização geográfica.

A pesquisa revelou algumas tendências interessantes em relação à avaliação do governo Lula.

O governo é mais bem avaliado por jovens (58%), idosos (56%), pessoas com ensino fundamental (56%) e católicos (57%).

Por outro lado, a taxa de desaprovação é maior entre adultos de 25 a 44 anos (53%) e os evangélicos (64%).

Uma mudança significativa ocorreu na avaliação entre as mulheres, um eleitorado que Lula dedicou parte de sua campanha em 2022.

Atualmente, os percentuais de aprovação (49%) e reprovação (43%) entre as mulheres empatam na margem de erro com os do público masculino (46% e 48%, respectivamente), que historicamente esteve mais associado ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).

Além da avaliação do governo, a pesquisa também questionou os entrevistados sobre a avaliação do trabalho pessoal de Lula.

Os resultados mostram que, há 3 meses, 41% consideravam o trabalho de Lula como “bom” ou “ótimo”, mas esse número caiu para 36%.

Por outro lado, os percentuais de “ruim” ou “péssimo” subiram de 32% para 35%.

Diante desses números, é evidente que Lula, que venceu a eleição com uma margem estreita em 2022, não conseguiu expandir seu eleitorado nos primeiros 9 meses de governo.

Pelo contrário, há sinais de descontentamento entre seus seguidores.

Essa tendência já havia sido detectada anteriormente pelo PoderData e agora, com uma série mais longa de estudos estatísticos, fica ainda mais evidente.

A desaprovação total subiu 6 pontos percentuais desde o início do mandato, chegando a um empate técnico com a taxa de aprovação.

O governo enfrenta desafios significativos, especialmente entre os adultos de 25 a 44 anos, que compõem uma parte importante da população ativa brasileira.

Além disso, a pesquisa indica que, entre os mais pobres, que sustentaram a eleição de Lula, a administração federal agora enfrenta uma divisão, com taxas de aprovação e desaprovação equilibradas.

O governo está buscando alavancar a popularidade de Lula com base em melhorias econômicas.

No entanto, embora alguns indicadores econômicos tenham mostrado números positivos, como um PIB mais alto do que o previsto e uma ligeira queda no desemprego, há também incertezas significativas, como a inflação em alta e a situação das contas públicas.

(DO BLOG DO ESMAEL).

Posts Similares

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *