Crise do leite pode atingir o bolso dos consumidores

Agricultores familiares paranaenses e brasileiros enfrentam desafios alarmantes, que podem impactar na economia nacional; eles pedem a securitização das dívidas.

Representantes da Fetaep e da Fetarp, Alexandre Leal dos Santos e Claudinei de Carli, respectivamente, na noite de terça-feira (6/5), marcaram presença em uma audiência pública denominada Desafios e Soluções para o Setor Leiteiro. O evento destacou a preocupação crescente com a crise devastadora que atinge a agricultura familiar, deixando-a à beira do abismo financeiro.

Fetaep é a Federação dos Trabalhadores Rurais Agricultores Familiares do Estado do Paraná, que reúne cerca de 700 mil trabalhadores rurais, enquanto a Fetarp é a Federação dos Trabalhadores Assalariados Rurais do Estado do Paraná, que reuniu 300 mil trabalhadores.

Agricultores familiares e médios produtores enfrentam uma pressão financeira insuportável.

“O comprometimento da renda dos trabalhadores está muito alto e estamos preocupados. Caso nossos representantes políticos não tomem decisões e providências de forma rápida, vamos perder muitas famílias que estão no campo, produzindo comida”, alerta Leal dos Santos, presidente da Fetaep.

Diante desse cenário sombrio, sindicatos e federações propõem a securitização de todas as dívidas dos agricultores como medida urgente. A mobilização cresce, e ações de massa estão sendo planejadas para pressionar as autoridades a agir em prol dos agricultores familiares, garantindo-lhes condições dignas de trabalho e subsistência.

A securitização das dívidas dos agricultores consistiria no alongamento no prazo do pagamento das dívidas rurais para que os produtores rurais e os agentes financeiros possam continuar as suas atividades com liquidez. 

A audiência pública, organizada pelo deputado Alexandre Curi (PSD), foi palco de debates acalorados sobre as soluções para a crise do leite. O aumento das importações de lácteos do Mercosul, aliado ao contrabando, pressiona a cadeia produtiva nacional, deixando-a em estado crítico.

O governo estadual já anunciou medidas para enfrentar a crise, como a alteração na tributação da importação de leite em pó e queijo muçarela. No entanto, os desafios persistem, exigindo uma abordagem abrangente para revitalizar o setor leiteiro e proteger os agricultores familiares da ruína financeira.

A mobilização dos agricultores, sindicatos e autoridades é essencial para superar essa crise sem precedentes. É hora de agir com determinação e solidariedade, garantindo que as vozes dos trabalhadores rurais sejam ouvidas e que medidas eficazes sejam implementadas para salvaguardar o futuro da agricultura familiar no Paraná e no Brasil.

Caso os mundos político e produtivo da agricultura familiar não se unam, certamente, faltará comida na mesa e os preço do leite castigará os consumidores finais, além de quebrar a bacia leiteira paranaense.

(Com informações do Blog do Esmael).

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