Ex-prefeitos de Canoinhas e Bela Vista do Toldo tornam-se réus nas ações da ‘Operação Et Pater Filium’

Foram recebidas pela Justiça as duas ações penais resultantes da 7ª fase da Operação Et Pater Filium, ajuizadas pelo Ministério Público de Santa Catarina contra 20 pessoas – entre ex-agentes políticos, servidores público e empresários – acusadas de crimes como corrupção, fraude à licitação, peculato, lavagem de dinheiro, embaraçamento à investigação e organização criminosa.

As denúncias apontam a existência de organizações criminosas que teriam o objetivo de fraudar licitações e desviar dinheiro público. Uma delas é referente à contratação de transporte escolar para Canoinhas, e a outra trata da contratação de serviços de caminhões e máquinas pesadas para o município.

O modo de atuação de ambas as organizações possuía características comuns: os processos licitatórios tinham a concorrência frustrada a fim de beneficiar pessoas jurídicas administradas por empresários que integravam o grupo criminoso. Após o contrato firmado com o ente público de Canoinhas, a prestação de serviços era feita de forma incompleta e precária, majorando os ganhos dos empresários, que dividiam seus lucros espúrios com os agentes públicos, mediante diversas entregas de dinheiro, sempre pessoal e em espécie.

De acordo com as denúncias do MPSC, todos os envolvidos tinham funções definidas nas organizações criminosas.

Na ação relativa às supostas fraudes na contratação de transporte escolar de Canoinhas, são réus e permanecem presos preventivamente, o ex-prefeito de Canoinhas, Gilberto dos Passos, seu vice, Renato Jardel Gurtinski, e os empresários Adoniran José Gurtinski Borba Fernandes e Sidnei José Teles. Além deles, são réus na ação, servidores públicos e empresários, os quais se encontram em liberdade.

Já na ação relativa à contratação de serviços de caminhões e máquinas pesadas pelo Município de Canoinhas, são réus e estão presos, além do ex-prefeito de Canoinhas, o ex-Secretário de Obras, Nilson Antônio de Oliveira Cochask, o empresário Joziel Dembinski, e o irmão de Beto Passos, Márcio Paulo dos Passos. Nesta ação, também são réus o ex-prefeito de Bela Vista do Toldo, Adelmo Alberti ¿ que já é réu em outras duas ações penais resultantes de fases anteriores da Operação Et Pater Filium, além de servidores públicos e empresários.

As ações foram inicialmente ajuizadas pela Subprocuradoria-Geral para Assuntos Jurídicos do MPSC, tendo em vista o foro privilegiado dos então prefeitos municipais. Posteriormente, como os envolvidos deixaram os cargos públicos, as ações foram remetidas para a Comarca de Canoinhas, onde ocorreram os supostos fatos criminosos. Ambas as denúncias já foram recepcionadas pelo Juízo da Vara Criminal de Canoinhas.

A 7ª fase da Operação Et Pater Filium foi deflagrada em março deste ano pelo Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), por meio da Subprocuradoria-Geral de Justiça para Assuntos Jurídicos, do Grupo Especial Anticorrupção (GEAC) e do Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO).

Na ocasião, foram cumpridos 14 mandados de prisão, sendo oito preventivas e seis de prisões temporária, além de 47 mandados de busca e apreensão cumpridos nos municípios de Canoinhas, Bela Vista do Toldo, Itaiópolis, Porto União e Bituruna/PR, todos deferidos pelo Tribunal de Justiça do Santa Catarina em razão da prerrogativa de foro de um dos investigados.

O trabalho é fruto do desdobramento das investigações realizadas nas fases anteriores da Operação Et Pater Filium, em que se apuraram crimes contra a administração pública na região do Planalto Norte catarinense, com o envolvimento de agentes públicos e particulares. (Assessoria do MPSC).

 

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